sexta-feira, 8 de julho de 2011

o apogeu do teatro grego

O apogeu do teatro grego
Depois da queda de Atenas e sua destruição pelos persas em 481 a.C. a cidade foi reconstruída, e o teatro passou a desempenhar um papel ainda mais importante na cultura e no orgulho cívico locais. Com a evolução da forma e a introdução de enredos fictícios ou contemporâneos se estabilizaram dois gêneros principais, já plenamente cênicos: a tragédia e a comédia. Nas Grandes Dionísias três poetas concorriam, cada um com três tragédias e um drama satírico. Para além disso, apresentavam-se cinco comédias e 20 ditirambos.
As novidades desta fase são a introdução de um segundo ator, o deuteragonista, por Ésquilo, e depois um terceiro, o tritagonista, por Sófocles. O coro se formalizou e fixou com cerca de 4 a 8 pessoas, vestidas de negro, e o acompanhamento musical desenvolveu os primeiros sinais de cromatismo e polifonia na história da música do ocidente. Crátinos, por sua vez, foi o primeiro a levar a comédia a um alto nível de dignidade literária.



Máscara teatral do tipo Primeiro Escravo, personagem típico da Comédia Nova. Mármore, século II a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

Helenismo

Com a derrota de Atenas na Guerra do Peloponeso sua influência declinou, a produção teatral decaiu e peças antigas voltaram aos palcos. Embora a tradição parecesse ter perdido vitalidade, o teatro continuou a ser cultivado até o período helenístico, quando o gênero de preferência passou da tragédia para a comédia, ora transformada em uma farsa cômica sobre assuntos prosaicos. O único autor importante do período é Menandro, e a Comédia Nova, como passou a ser chamada, teve grande influência na comédia romana de Plauto e Terêncio
Os gêneros

 Tragédia

A tragédia é o gênero mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris).

Comédia
 
Cena de comédia em vaso da Apúlia, século IV a.C.
 
Busto de Eurípides, cópia romana de original grego do século IV a.C., Museu Pio-Clementino.
A comédia passou a integrar as Grandes Dionísias em 488 a.C., tendo tido portanto um reconhecimento meio século depois da tragédia. No ano de 440 a.C. a comédia foi também introduzida nas Leneias, outro festival em honra Dioniso no inverno. Na comédia o coro assumia uma importância maior que na tragédia e verificava-se uma maior interactividade com o público, já que os actores dialogavam com este.
Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.
A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C.. Teve em Menandro um de seus representantes. A política já não era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que giravam em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosas

Autores
Embora sejam registrados muitos autores especialmente na época áurea do teatro grego, somente de quatro nos chegaram peças integrais, todos eles de Atenas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia, e Aristófanes na comédia. Suas criações, e mais referências de fontes secundárias como Aristóteles, são a base para o conhecimento do teatro da Grécia Antiga.
Ésquilo (525 a 456 a.C.. aproximadamente)
  • Principal texto: Prometeu acorrentado.
  • Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses e os mitos.
Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente)
  • Principal texto: Édipo Rei.
  • Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.
Eurípides (484 a 406 a.C.aproximadamente)
  • Principal texto: As troianas
  • Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do drama ocidental)
Aristófanes (445 a.C.? – 386 a.C.) Dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia grega clássica.

Os teatros
 
Um teatro grego típico com a designação de suas várias partes.
Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas.
Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra.
Para além a platéia distinguiam-se várias áreas no teatro. A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas, onde o coro realizava a sua interpretação. Julga-se que a orquestra teria de início uma forma quadrangular, como no Teatro de Tóricos. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em honra a Dioniso, que servia não só para oferecer sacrifícios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as entradas para o coro, os parodoi.
Detrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os actores trocavam de roupa, mas que passou também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores representavam os papéis, se bem que estes também se deslocassem até à orquestra.
Dos teatros da Antiga Grécia alguns dos mais importantes são o Teatro de Epidauro, o Teatro de Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.

Fonte : wikipédia, a enciclopédia livre

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