terça-feira, 22 de outubro de 2013

HERMILO PELO INTERIOR PERNAMBUCANO E RECIFE COM APRESENTAÇÕES E OFICINAS GRATUITAS - NESTA QUARTA (23)‏

Sobre um Paroquiano cai mais uma vez na estrada
leva a dança de Hermilo Borba Filho a Vicência, Surubim e Belo Jardim

O espetáculo também será apresentado no Recife dentro da programação do Festival Internacional de Dança, no próximo dia 28 de outubro, no Teatro Hermilo Borba Filho



O espetáculo de dança Sobre um Paroquiano, inspirado no texto Um Paroquiano Inevitável, de Hermilo Borba Filho, pega a estrada mais uma vez para dar continuidade ao projeto de circulação estadual pelo interior pernambucano, aprovado pelo FUNCULTURA no ano passado. Serão apresentações e oficinas gratuitas abertas ao público de Vicência, Surubim e Belo Jardim.
A caminhada começa por Surubim, nesta quarta (23), com a oficina de dança contemporânea, que será ministrada pela bailarina Patrícia Costa, das 9h às 12h, na sala de dança do Colégio Marista, enquanto no auditório do Colégio Marista, o coreógrafo Raimundo Branco e o bailarino Gervásio Braz coordenam a oficina “Jogos Teatrais e a Dança do Cotidiano”. São 20 vagas para cada uma e as inscrições são gratuitas. Na cidade as ações têm o apoio do Colégio Marista e Cia Solus de Dança. No mesmo dia, a outra parte do elenco estará em Vicência com a oficina de frevo, das 14h às 17h e das 19h às 22h, ministrada pela bailarina Marcela Aragão. As inscrições também são gratuitas e há 20 vagas disponíveis. As ações acontecem em parceria com a Secretaria de Cultura e o Grupo de Dança Tropeiros de Vicência. A apresentação em Vicência acontece na quinta (24), às 11h e no mesmo dia, às 17h, no auditório do Colégio Marista de Surubim.
Na segunda, dia 28 de outubro, há um intervalo nas viagens do projeto de circulação pelo interior e Sobre um Paroquiano estará em cartaz no Teatro Hermilo Borba Filho, na capital pernambucana, dentro da programação do Festival Internacional de Dança do Recife, às 19h.
Dia 01 de novembro o elenco volta à estrada com destino a Belo Jardim, para participar da Mostra de Artes do SESC LER de Belo Jardim. Lá acontecem as oficinas de frevo com Marcela Aragão e “Brincadeira de Palhaço” com Gervásio Braz, ambas no SESC LER, das 9h às 12h, com 30 vagas cada uma. Das 14h às 17h, Raimundo Branco ministra também no SESC LER a oficina “dança e Improvisação”, com 30 vagas. A apresentação em Belo Jardim acontece às 20h.
O projeto de circulação do espetáculo Sobre um Paroquiano já percorreu ao longo deste ano as cidades de Triunfo, Serra Talhada, Buíque, Goiana, entre outras. A montagem conta com os bailarinos Patrícia Costa, Gervásio Braz, Anderson Rafael, Marcela Aragão e Marcela Felipe, além da presença de Ana Carolina na sonoplastia, interagindo com os elementos da cena. A direção é de Raimundo Branco.
A obra do pernambucano Hermilo Borba Filho, sua linguagem amplamente atual e sempre inovadora e seu namoro apaixonado com a poesia da cultura popular vêm impulsionando as pesquisas artísticas da Compassos Cia. de Danças desde antes mesmo de sua fundação, quando o seu criador, Raimundo Branco, se deparou e assombrou-se eternamente com as palavras, personagens e cenários do dramaturgo pernambucano.
A aproximação da Compassos Cia de Danças com a obra de Hermilo Borba Filho se consolidou há pouco mais de cinco anos. Foi em 2007 que o espetáculo estreou, ainda chamado de Um Paroquiano Inevitável, ganhou vida, refez passos, agregou novos artistas e agora renasce em um novo percurso. Uma família, seus compassos e descompassos diante do absurdo da existência. A poesia agreste e sublime entranhada na convivência entre Mãe, Pai e os filhos Poeta, Atleta e Noivo. E a Noiva. E o misterioso Enéas. Em três almoços, um espetáculo nasce, uma vida se espelha, com seus desatinos e encontros. Corpo e voz no desnudamento de um cotidiano apinhado de encruzilhadas. Dança, teatro, cinema... artes e afetos desenhados sobre a mesa, repleta de gostos e cheiros, de vida e de morte.
“Mudamos o título pelo entendimento de que o espetáculo mostra aquilo que a companhia entende por Hermilo e sua obra e não uma transposição direta do texto de Borba Filho para a expressão dançada. Nesta versão, com 50 minutos de duração divididos em “três almoços”, o espetáculo acontece com o texto mais presente na boca dos atores-bailarinos e um amadurecimento do elenco”, destaca Raimundo Branco, que assina a direção e coreografia. Os bailarinos/atores dançam/interpretam os conflitos de uma família pequeno-burguesa. As relações são marcadas por desentendimentos.
A movimentação é baseada em ações cotidianas e comportamentos habituais dentro de uma casa, como sentar, deitar, andar, arrumar os ambientes, ir ao banheiro, estar num quarto, lavar as mãos e varrer a casa, aliados a técnicas de dança contemporânea e capoeira. Dessas ações aparentemente corriqueiras, varrer a casa ganha uma dimensão especial, pois, além de ser utilizada como um determinante para ações coreográficas, ainda interfere nos corpos dos bailarinos com uma sonoridade que ambienta o espetáculo.  A preparação e conscientização técnica do elenco estão sob a responsabilidade de Carlos Ferreira (voz e movimento), Luiz Roberto (clássico),  Fábio Costa (capoeira) e Raimundo Branco (Dança).
A concepção e confecção de figurinos são assinadas por Júlia Fontes e Suzi Queiroz, que fizeram um resgate das roupas entre as décadas de 30 e 60, do século passado. A iluminação, concebida por Eron Villar, traz para a cena a proposta de envelhecer o local, através da sobreposição de cores, como amarelo e verde e, em determinados momentos, é fundamental o jogo criado entre luz e sombras. A trilha sonora é composta em sua maioria por composições utilizadas no cinema e foi selecionada por Raimundo Branco, que também assina a cenografia. Aliás, o cenário está ligado ativamente à escrita e aos desenhos dançados. Em particular a mesa ao redor da qual acontece o desenrolar das relações tem papel fundamental na obra reescrita.
“Além da influência da dramaturgia Hermiliana, buscamos referências nos quadrinhos de Neil Gaiman, a partir da “família dos sete perpétuos”, constituída pelos personagens Desespero, Delírio, Morte, Destino, Sonho, Desejo e Destruição. Lars Von Trier também foi uma inspiração com os filmes Dogville, e Dançando no Escuro. O cinema e seus bastidores são uma grande referência na pesquisa da realização de um “cinema ao vivo”, como chamamos os espetáculos de dança e teatro criados a partir do estudo da linguagem cinematográfica”, diz Raimundo Branco.
O espetáculo foi criado para um palco ou espaço cênico em arena ou semiarena, por esta razão, todos os ângulos foram coreografados procurando explorar os possíveis focos de uma câmera de cinema. Com a intenção de oferecer ao espectador o direito de escolher o que deseja ver/assistir.
Sobre um Paroquiano é fruto da pesquisa que a companhia vem desenvolvendo ao longo dos últimos seis anos, em torno do que foi nomeado pela Compassos de dança do cotidiano. Aliada a técnicas de dança contemporânea, à capoeira e ao teatro, a movimentação é resultado das observações de gestos banais e ações aparentemente corriqueiras, como arrumar a casa, lavar as mãos e varrer o assoalho, recheados de memórias familiares, transformando comportamentos habituais em poesia dançada.
Ao dialogar com a Literatura como um elemento importante para a construção de trabalhos coreográficos, o projeto divulga também a obra de um grande artista pernambucano: Hermilo Borba Filho.


CONTATOS:
Raimundo Branco
Compassos Cia. de Danças
81-4101.1640 / 81-9212.9791

 Fonte: Silvinha Góes/Compassos Cia de Danças.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

“Besteiras (As Aventuras de um Giullare Moderno)”, encenado pela companhia Ítalo-Brasileira Circo Godot de Teatro, abre a mostra e será apresentado no Teatro Joaquim Cardozo no dia 12 de outubro, dia das crianças

Em sua segunda edição, o Projeto Memórias homenageia Marco Camarotti.e promove uma mostra de espetáculos infantis que reúne teatro, circo, música e dança



De 09 a 27 de outubro acontecerá em Recife a segunda edição do Projeto Memórias, evento que homenageia personalidades que puderam, e ainda podem contribuir com a sua obra e seus ensinamentos para a reflexão sobre a Arte e o Teatro. Neste ano, o homenageado será uma das personalidades pernambucanas mais importantes para o Teatro e para a Arte-Educação: Marco Camarotti. O evento acontecerá no Centro Cultural Benfica e no Teatro Joaquim Cardozo, e terá em sua programação mesas de discussão e uma mostra de espetáculos infantis que reúne teatro, circo, música e dança. A abertura oficial será no dia 09, no Teatro Joaquim Cardozo, com uma mesa que debate “A criança como coautora do espetáculo”. No dia 10, Kalyna Aguiar, Emannuele de Jesus e Maria Clara Camarotti, filha do homenageado, discutem “A Arte-Educação para a infância: desafios e perspectivas”.

Para quem quer curtir a Mostra de Espetáculos Infantis, basta ficar de olho na programação e comparecer no Centro Cultural Benfica a partir do dia 12, quando abre a mostra. “Besteiras (As Aventuras de um Giullare Moderno)”, a primeira peça, traz à cena um Trovador popular moderno que, tal qual na Lírica Medieval, ganha a vida recreando o público com jogos de mão, equilibrismo, malabarismos e mímica. Andando de vila em vila, por feiras e castelos ele traz em sua mala diversos números circenses e histórias variadas. Damiano Massaccesi, o artista que interpreta este Trovador, executa as canções ao vivo, cantando e tocando diversos instrumentos musicais.

Fundada há três anos por artistas brasileiros e italianos, a Cia Circo Godot de Teatro apresentou já em seu primeiro trabalho uma qualidade cênica surpreendente, resultado de anos de estudos, empenho e dedicação. Circo Godot (2010), o primeiro feito, foi apresentado nas ruas da Grécia, Tunísia, Itália e Brasil. Na ocasião, Lucky e Pozzo, personagens de Samuel Beckett, serviram de pretexto para uma cena divertida e cheia de reviravoltas. Em 2011, a companhia apresentou seu segundo trabalho: “Besteiras (As Aventuras de um Giullare Moderno)”, contemplado com o Prêmio FUNARTE Myriam Muniz de Teatro. O projeto foi apresentado em importantes festivais da Itália e também fez turnê pela Europa, chegando agora ao Brasil através do 19° Janeiro de Grandes Espetáculos. Também contemplado com o Prêmio FUNARTE Myriam Muniz de Teatro, Le Petit: Grandezas do Ser, o terceiro trabalho da Cia Circo Godot de Teatro, estreou na programação da 3ª Mostra Marco Camarotti e foi apresentado em diversas cidades da Itália.

“Besteiras (As Aventuras de um Giullare Moderno)”, que abre a Mostra de Espetáculos Infantis do Projeto Memórias, oferece ao público a poesia do artista di strada, viva ao longo séculos.

Ficha Técnica
Interprete Criador: Damiano Massaccesi // Encenação: Damiano Massaccesi (sob orientação de Quiercles Santana) // Assistência de Direção: Andrezza Alves // Direção de Arte: Circo Godot de Teatro // Sonoplastia: Damiano Massaccesi // Produção: Andrezza Alves e Ana Paula Sá // Realização: Cia Circo Godot de Teatro


MAIORES INFORMAÇÔES:

Mesas:
Tema: Teatro Infantil: A criança como coautora do espetáculo
Data| 09 de outubro, às 20h
Palestrantes: Arheta Andrade, Luciano Pontes e Marcondes Lima – Mediador: Arilson Lopes

Tema: A Arte-Educação para a infância: desafios e perspectivas
Data| 10 de outubro, às 20h
Palestrantes: Kalyna Aguiar, Emannuele de Jesus e Maria Clara Camarotti – Mediador: Amanda Caline

Espetáculos:
Besteiras: As Aventuras de um Giullare Moderno | Cia. Circo Godot de Teatro
Data| 12 de Outubro, às 16h
Faixa etária | Livre

Cavaco e sua pulga adestrada| Caravana Tapioca
Data| 13 de Outubro, às 16h
Faixa etária| Livre

Seu Rei Mandou| Cia. Meias Palavras
Data| 19 de Outubro, às 16h
Faixa etária| 06 anos

As Levianinhas em pocket show para crianças| Cia. Animée
Data| 20 de Outubro, às 16h
Faixa etária| Livre

Disse me Dança | Em Cena Arte e Cidadania
Data| 26 de Outubro, às 16h
Faixa etária | Livre

O Fio Mágico| Companhia Mão Molenga Teatro de Bonecos
Data| 27 de Outubro, às 16h
Faixa etária| Livre


Onde: Teatro Joaquim Cardozo/Centro Cultural Benfica
Rua Benfica, 157, Madalena
Tel: 32262454
ENTRADA FRANCA

Fonte: Andre Moretti -moretti.moretti@gmail.com

Espetáculo Espaçamento

Espetáculo Espaçamento inicia nesta sexta (11), primeira temporada de circulação nacional com apresentação no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR)


Fonte: ANA ROCHA / INTEGRA – 3227.2406/ 8743.0442. 

Espaçamento, espetáculo de dança dirigido pelo pesquisador, bailarino e coreógrafo pernambucano Claudio Lacerda com a proposta de fazer um cruzamento entre os  passos, gestos e movimentos dos bailarinos com construções arquitetônicas da vertente desconstrutivista que tem como palavras-chave deformação e deslocamento, tendo o espaço como o fator em comum, ultrapassa as fronteiras estaduais e ganha temporada de circulação nacional graças ao incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, com exibições nas cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brumadinho, em Minas Gerais.

A primeira parada para as apresentações será na cidade do Rio de Janeiro, onde o grupo formado por Claudio Lacerda e pelos bailarinos Juliana Siqueira e Jefferson Figueirêdo, se apresenta de sexta (11) a domingo (13), na sala 2.2 da Escola do Olhar, no Museu de Arte do Rio (MAR). Na sexta e sábado, a performance tem início às 17h; Já no domingo (13), acontece às 16h30. Depois de se apresentar na cidade maravilhosa, o elenco aterrisa na Bienal Internacional de Dança do Ceará, onde se apresenta nos dias 19 e 20/10, às 19h, no Espaço Mix, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC). De lá, seguem para Minas Gerais, onde fazem duas apresentações no dia 31/10, na Galeria do Centro de Cultura Nansen Araújo, no Sesi Minas, às 12h30 e outra às 16h. De 1 a 3 de novembro, ainda em Minas Gerais, a obra será exibida no Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico (Inhotim), na cidade de Brumadinho, sendo na sexta (1) e no sábado (2), às 15h; e no domingo (3) às 11h. Por fim, a circulação segue para a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde encerra os trabalhos com apresentações nos dias 9 e 10 de novembro, às 20h30, na Sala 209, na Usina do Gasômetro.     

O espetáculo com duração de 40 minutos é o resultado artístico da pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista, projeto que dá continuidade à trajetória de experimentação de Cláudio Lacerda/Dança Amorfa e que foi inspirado em obras arquitetônicas da vertente desconstrutivista, que traz uma linha de produção pós-moderna iniciada no fim dos anos 80, caracterizada pela fragmentação, pelo processo de desenho não linear, pelas formas não retilíneas. Todas essas referências são baseadas em projetos como o ousado Museu Guggenheim, em Bilbao, na Espanha, do arquiteto Frank Gehry; e o Centro de Ciência Phaeno, em Wofsburg, de Zara Hadid; além de influências do conceito filosófico de desconstrução de Jacques Derrida, que, entre outros conceitos, define que o espaço de tensão entre polaridades deve ser habitado. Espaçamento relaciona-se a pausa, branco, pontuação ao intervalo em geral. “São justamente esses espaços de pausa, branco, espaços de devir, de formação da significação que deram nome a obra”, sugere o diretor Claudio Lacerda.

Conceitos derrideanos como espaçamentorastro e centro faltante estimularam a pesquisa coreográfica, as relações que se estabeleceram entre dança, espaço cênico, bailarinos e som, e as relações entre as disciplinas envolvidas. O trabalho é feito através de forças ativadas pela deformação, deslocamento, corte, dissecação de formas, diferentes perspectivas, simultaneidades, dissociações, sincronicidades, colisão de partes, justaposição de descontinuidades, temporariedade e transitoriedade, camadas, curvas complexas e torcidas, linhas verticais e horizontais, isolamentos, inclinações, transformações. Em Espaçamento, o corpo é o lugar de trânsito dessas forças, irradiando no espaço. Na pesquisa, houve um entrelaçamento de áreas do conhecimento indo da teoria da desconstrução de Jacques Derrida passando pela arte minimalista, a arquitetura e os estudos da dança. Além disso,  o diretor buscou diálogos com consultores das áreas de Filosofia, Arquitetura, Artes Plásticas e Dança, que testemunharam e conversaram sobre o processo.

De acordo com Lacerda, o principal objetivo da obra não é transmitir uma mensagem, mas sim, jogar proposições ao público para que este faça seu próprio espetáculo em seus pensamentos. “Os nossos movimentos, nossa relação com o espaço e nossas relações interpessoais não falam de nada específico ou que seja lido de forma direta. Por isso, esses elementos propõem uma abertura para que cada espectador tenha uma relação própria para consigo mesmo e a partir daí ele possa construir seus significados, a partir de suas sensações”, comenta.

Espaçamento surgiu com um potencial enorme para dialogar com diversas propostas de espaço cênico – galerias de arte, espaços abertos, sítios históricos, teatros, etc. – e também para abarcar trilhas sonoras diferenciadas, além do próprio silêncio, nossa primeira versão. As trilhas sonoras diferem em cada apresentação e podem ser uma composição eletrônica, assinada por Thiago Fournier; trilha de Bach e ainda da subjetividade dos bailarinos (narrada em off). Cada apresentação é única em sua fruição e, por isso, o elenco convida o público a presenciar mais de uma, no mínimo, e sentir o espetáculo se fazer diferente a cada vez.


FICHA TÉCNICA
Concepção, Direção e Coreografia: Cláudio Lacerda
Bailarinos: Cláudio Lacerda, Jefferson Figueirêdo e Juliana Siqueira
Produção Executiva: Clarisse Fraga / Bureau de Cultura
Figurino: Paulinho Ricardo
Trilhas sonoras:
            Composição eletrônica: Thiago Fournier
            Edição de som - trilha Bach e trilha subjetividade dos bailarinos: João Vasconcelos
Fotografia: Val Lima
Direção e Edição de Vídeo: Val Lima
Consultores durante o projeto de pesquisa: Jonatas Ferreira, Gentil Porto Filho e Arnaldo Siqueira.
Design gráfico: Fernanda Lisboa

Incentivos recebidos ao longo das fases da Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista:
-   Projeto O Solo do Outro, Centro Apolo-Hermilo, Recife-PE, 2008
-   Prêmio Fomento às Artes Cênicas, Prefeitura do Recife, 2008
-  Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, 2009 (pesquisa e manutenção)
- Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, 2010 (montagem)

A Trilogia também gerou o livro Pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista.

HISTÓRICO
Desde 1997 Cláudio Lacerda vem desenvolvendo um trabalho experimental de criação na área da dança contemporânea, explorando a ênfase no processo criativo, dando-lhe um cunho investigativo, buscando sua idiossincrasia neste meio. Este viés de trabalho se sedimentou após 2 anos de estudos no Laban Centre, Londres (97-99). Desde o início, estabeleceu como parâmetro artístico-ideológico e prioridade a experimentação, almejando a busca de um trabalho autoral, com uma preocupação tanto com o conceitual quanto com o artesanal, e distendendo limites divisórios entre dança, teatro e arte da performance. O mote principal de pesquisa são os desvios do que é considerado mainstream e a desconstrução em relação a identidade, corpo e movimento. A fascinação pelas deformações, desvios e degradação tem instigado suas criações. Longe de tratá-las como algo sombrio ou perverso, sua crença é de que neste local há a possibilidade de se encontrar o humano na contemporaneidade. “No subterrâneo jaz o real” (Foster).

CRIAÇÕES
O Diafragma Fecha, duo, 1999 / Deslocado, solo, 1999 / Dual, solo, 2000 / A Cidade no meu Corpo, solo, 2001 / Interferência Amorfa sobre Ponte da Boa Vista, grupo, site-specific, 2001
Deslocado-Relocado, solo, 2002 / Bolhas em Interface, grupo (criação para a Escambo Cia de Criação, Recife), 2005 / Vento Poeira Larva, solo, 2005 / Interregnum, duo, 2006 / Deserto Aresta, solo (criação para o projeto O Solo do Outro/Centro Apolo-Hermilo), 2008 / Des-com-po-si-ção (projeto de pesquisa, Prêmio Fomento à Produção das Artes Cênicas 2008 – Prefeitura do Recife), 2009 / Real/Duplo, solo, 2010 / Espaçamento, trio, 2011

ELENCO
Cláudio Lacerda. Bailarino, coreógrafo, professor e pesquisador. Professor do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE. Obteve o Professional Diploma in Dance Studies (1998) e o Independent Study Programme Certificate (1999) no Laban Centre for Movement and Dance, Londres, através da Bolsa Apartes/Capes. Integrou como bailarino a Companhia dos Homens (1992-7), Recife, e o Ground Effect Physical Theatre (1998-9), Londres. Iniciou seus estudos em dança contemporânea e teatro em Recife (1990) e sua formação em dança inclui aulas e workshops com diversos professores e artistas brasileiros e estrangeiros. Coreógrafo independente desde 1998. Autor de vários artigos e dos livrosRepresentações de Masculinidade na Dança e no Esporte: um olhar sobre Nijinsky e Jeux (2010) e Pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista (2011), ambos com incentivo do Funcultura/PE. Contribui com traduções e revisões para outros autores.

Jefferson FigueirêdoBailarino. Estudante do curso de Licenciatura em Dança pela UFPE. Iniciou seus estudos em dança através da dança popular, mais especificamente o frevo, na Escola de Frevo do Recife. Interessando-se posteriormente pelo ballet clássico, estudou no Stúdio de Danças e na Academia Fátima Freitas (ambos no Recife), nesta iniciando sua atuação em dança contemporânea. Ex-bailarino da Escola de Frevo do Recife, da Cia. de dança Artefolia e da Trupp Cia. de Dança. Atualmente, integra o elenco da Companhia dos Homens, além de realizar diversos trabalhos como bailarino independente.

Juliana SiqueiraBailarina e professora. Possui Licenciatura Plena em Educação Física e Pós-graduação em Ensino da Dança, ambas pela ESEF–UPE. Tem formação em Dança Clássica pelo Stúdio de Danças, Recife, com passagem pelo Centro de Dança do Porto – Portugal. Fez parte também da escola do Balé Popular do Recife. Atuou na Icógnum Cia de Dança e na Unione Cia de Dança. Atualmente, integra a Trupp Cia de Dança e continua atuando em algumas produções do Stúdio de Danças e do Ballet da Cidade do Recife, além de realizar trabalhos como bailarina independente. Professora do Colégio Damas e da Faculdade Boa Viagem. Professora substituta e ensaiadora do grupo avançado do Stúdio de Danças.


GRADE DAS APRESENTAÇÕES:

data
dia
hora
espaço
Contatos
11/10
Sexta
17h
MAR – Museu de Arte do Rio - Sala 2.2 da Escola do Olhar
Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro/RJ
(21) 3031 2741
12/10
Sábado
17h
13/10
Domingo
16h30
19/10
Sábado
18h
Bienal Internacional de Dança do Ceará - Estação Dragão do Mar: Espaço Mix
Espaço Mix - 
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – CDMAC.Rua Dragao do Mar, 81 – Praia de Iracema, Fortaleza/CE
20/10
Domingo
18h
31/10
Quinta
12h30
Galeria do Centro de Cultura Nansen Araújo
SESI MINAS
Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, Belo Horizonte/MG
Fone: (31) 3241.7186 / 7181
16h
01/11
Sexta
15h
Inhotim
Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico
Rua B, 20, Brumadinho, MG, CEP: 35460-000
Fone: (31) 3571.9700info@inhotim.org.br
02/11
Sábado
15h
03/11
Domingo
11h
09/11
Sábado
20h30
Usina do Gasômetro
Sala 209 – Usina das Artes – Eduardo Severino Cia. de Dança
Av. Pres. João Goulart, 551 - Centro, Porto Alegre – RS.
Fone: (51) 3289.8100

10/11
Domingo
20h30

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Beijo no Asfalto


Teatro Barreto Jr recebe montagem de
O Beijo no Asfalto
O espetáculo será apresentado nos dias 25 e 26 de maio, às 20h

No dia 25, após a apresentação do espetáculo, haverá um debate acerca da obra de Nelson Rodrigues.  Serão abordados temas como a mídia e a obra de arte, os meios de comunicação, o teatro contemporâneo e a fabricação das celebridades instantâneas. Para este encontro em Recife estão confirmados os diretores Claudio Lira e João Denys Araújo Leite, e a jornalista Mônica Silveira. A mediação será de Andrêzza Alves.


No corre-corre de um grande centro urbano, as pessoas parecem não notar umas as outras, mas um acidente no trânsito pode fazê-las interligadas por um breve momento. É o que acontece quando um anônimo atropelado ganha a atenção de inúmeros passantes. Não especificamente pela possibilidade da sua morte, que fatalmente acontece, mas pelo pedido inesperado que ele faz a um jovem que corre em seu socorro: um beijo, desejo prontamente atendido. A inusitada cena dos dois homens se beijando em meio ao caos da cidade grande é flagrada por dezenas de pessoas munidas de aparelhos celulares e o caso ganha repercussão imediata nas redes sociais.

Esta parcela de modernidade, com imagens compartilhadas em tempo quase real na Internet, não estava presente na obra original de Nelson Rodrigues, a peça “O Beijo no Asfalto”, escrita em 1961, mas faz parte da encenação pernambucana assinada pelo diretor Claudio Lira, que será apresentada no Teatro Barreto Jr nos dias 25 e 26 de maio, às 20h. A montagem estreou no Rio de Janeiro em agosto de 2012, integrando o projeto “Nelson Brasil Rodrigues: 100 Anos do Anjo Pornográfico”, iniciativa da Funarte. Em seguida, foi apresentada em Recife, dentro do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. Fomentada pela Funarte, a peça inicia em maio sua turnê. Nos dias 18 e 19 será apresentada em Natal, depois João Pessoa (21 e 22) e Recife (25 e 26). Também está confirmada sua participação no Porto Alegre em Cena (07, 08 e 09 de setembro).

Esta versão de “O Beijo no Asfalto” respeita o texto original, mas não teme acrescentar detalhes contemporâneos à trama, como a referência às redes sociais e as inserções de imagens em vídeo, num paralelo ao imediatismo atual da mídia, suprimindo ainda todas as referências ao universo carioca. Tanto que a história passa a acontecer no centro de qualquer grande cidade. A trama mostra a reviravolta que acontece na vida do jovem Arandir, que socorre um desconhecido atropelado e, atendendo a um pedido deste à beira da morte, lhe dá um beijo na boca. Um repórter presencia o fato e vê no ato de um homem beijar outro homem a possibilidade de ganhar dinheiro. O caso ganha grande espaço na imprensa, sendo explorado com extrema crueldade tanto por jornalistas quanto por policiais sem ética e que não temem invadir a privacidade familiar.

A partir deste embaraçoso ato de misericórdia – um beijo na morte – presenciado por um repórter sensacionalista, um escândalo social se avoluma. Explorando o caso, Amado Ribeiro, o tal jornalista, e Cunha, um delegado corrupto, destroem a reputação de Arandir, um homem puro até então, e de sua família, levando todos a um desfecho trágico e surpreendente. A exploração da imprensa é tanta, que a história ganha outros contornos, retratando os dois homens como amantes em um crime passional. A partir daí, a vida do jovem se transforma num inferno e nem mesmo sua mulher, Selminha, acredita que ele é inocente, ainda mais diante das insinuações do pai dela, Aprígio, que sempre manteve o pé atrás com o genro. Há referências reais a toda esta história.

“A peça aborda algo que eu quero dizer e me incomoda muito: essa imprensa que manipula a opinião pública e, principalmente, o ranço preconceituoso que as pessoas mantêm até hoje. Não só na questão da homossexualidade, mas num âmbito mais geral”, diz o encenador Claudio Lira, que ressalta como grande qualidade da escrita rodriguiana esse revelar tão cru da hipocrisia na sociedade. Com “O Beijo no Asfalto”, Lira promove um retorno às suas origens no palco, ainda como ator. “No início da década de 1990, fiz um curso com Almir Rodrigues, grande ator e diretor, hoje afastado da cena por problemas de saúde, e passamos muito tempo estudando as obras de Federico García Lorca e Nelson Rodrigues. O objetivo era unir seus dois universos num espetáculo, mas o projeto não se concretizou. Em 2010, consegui encenar “Um Rito de Mães, Rosas e Sangue”, adaptação minha a partir das três tragédias rurais de Lorca, espetáculo ainda em atividade; e, agora, consigo mergulhar numa das obras de Nelson, o que é uma grande honra para mim, pois o considero um dos maiores dramaturgos do Brasil”, comemora.

Com vários outros trabalhos como encenador, em peças como “Alheio”, “Versos do Nós” e “Maçã Caramelada”, Claudio Lira diz que teve muita dificuldade em construir as cenas mais violentas propostas por Nelson – há embates terríveis entre Arandir e seus opositores – e, como traço de sua própria personalidade, resolveu dar à montagem um caráter mais clássico e psicológico, tanto que incorporou um inédito coro uníssono ao desenrolar da história, com personagens que usam máscara neutra sem personalidade individual e mais coletiva, numa áurea mítica, sensorial e, por que não, poética. Tais figuras, vestidas com ternos, funcionam como um bloco de gente que, se não comenta a ação verbalmente, como na tragédia grega, acompanha o desenrolar dos acontecimentos enquanto presença crítica e, por vezes, participativa. Assim como a sociedade que rumina opiniões, muitas vezes clandestinamente nas redes sociais. São figuras sem identidade revelada, mas prontas para julgar fatos e pessoas.

Originalmente, toda a história acontece durante um dia e meio, portanto, as cenas desenrolam-se como quadros de um videoclipe, em sucessão vertiginosa, pontuada por trilha sonora que mescla sons urbanos a melodias originais, concebida por Adriana Milet, e inserções de vídeo – algumas em tempo real – da videomaker Tuca Siqueira. A iluminação é assinada por Luciana Raposo e o cenário, figurinos e adereços pela dupla Claudio Lira e Andrêzza Alves. A produção executiva é de Andrêzza Alves e Renata Phaelante. “É esta sobreposição de elementos cênicos – dos figurinos masculinizados, das projeções em vídeo, da trilha musical quase constante, da luz forte que nos remete aos cortes cinematográficos e ao cenário composto por várias portas giratórias em 360 graus – que me interessa ao contar esta história, algo que eu quero dizer, tendo como molho o sarcasmo presente em Nelson ao tirar chacota da sociedade”, complementa o encenador.

Sobre o protagonista, Claudio define: “Arandir é um personagem tão comprometido por sua ação que duvida até mesmo da sua verdade. Portanto, assim como Nelson, eu trabalho em cima da dúvida – O beijo de Arandir no atropelado é a substância dessa dúvida – e a verdade, neste caso, pode ser forjada por qualquer um, como o faz a mídia, ao transformar notícias deturpadas em verdades absolutas, infelizmente. Este é o caráter desta tragédia brasileira, deste homem acuado que duvida até de si mesmo”, conclui. No elenco, Arthur Canavarro (Arandir), Andrêzza Alves (Selminha), Eduardo Japiassu (Aprígio), Ivo Barreto (Amado Ribeiro), Pascoal Filizola (Delegado Cunha), Sandra Rino (Viúva, D. Judith e Aruba), Daniela Travassos (Dália) e Lano de Lins (Barros, Werneck e um personagem surpresa ao final). Ainda há a participação das atrizes Cira Ramos, Clenira Melo, Vanda Phaelante, Renata Phaelante, Márcia Cruz e Sônia Bierbard, que mostram-se “virtualmente” na peça, numa homenagem a todas as atrizes pernambucanas, como opção do diretor, com falas da personagem Matilde, vizinha fofoqueira que acompanha o drama de Arandir, além dos comunicadores Gino César e Cardinot, este um símbolo da popularíssima imprensa pernambucana.

OBS: “O Beijo no Asfalto” foi escrita especialmente para o Teatro dos Sete, com estreia no mesmo ano de 1961, no Rio de Janeiro, sob direção de Fernando Torres e com Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Ítalo Rossi no elenco, entre outros. A peça teve ainda duas versões cinematográficas, a primeira em 1963, com direção de Flávio Tambellini e com Reginaldo Faria, Norma Blum, Xandó Batista e Jorge Dória nos papeis centrais; e outra em 1981, com direção de Bruno Barreto e elenco composto por Ney Latorraca, Tarcísio Meira, Christiane Torloni e Daniel Filho, entre outros.

FICHA TÉCNICA O BEIJO NO ASFALTO
Direção: Claudio Lira | Elenco: Andrêzza Alves, Arthur Canavarro, Daniela Travassos, Eduardo Japiassú, Ivo Barreto, Lano de Lins, Pascoal Filizola e Sandra Rino | Participações em Vídeo: Cardinot, Clenira de Melo, Cira Ramos, Márcia Cruz, Renata Phaelante, Sônia Bierbard e Vanda Phaelante | Voz da Locução: Gino Cesar | Música Final / Voz: Lêda Oliveira e Pianista: Artur Fabiano | Direção de vídeo cenário: Tuca Siqueira | Iluminação: Luciana Raposo | Cenário: Claudio Lira | Figurinos: Andrêzza Alves e Claudio Lira | Direção Musical e Preparação Vocal: Adriana Milet | Preparação Física e Coreografias: Sandra Rino | Fotografias: Caio Franco e Américo Nunes | Programação Visual: Claudio Lira | Produção Executiva: Renata Phaelante e Andrêzza Alves | Imprensa: Moretti Cultura e Comunicação |

SERVIÇO RECIFE:
Onde: Teatro Barreto Jr.
Quando: 25 e 26 de maio 20h
Endereço: R Estudante Jeremias Bastos, s/n - Pina - Recife - PE
Informações: (81) 3355-6398
Ingressos: R$ 12,00 (Inteira) e R$ 6,00 (meia entrada)
Duração: 1h 30m | censura 16 anos.
Debate: Após o espetáculo do dia 25 haverá um debate com Claudio Lira (diretor do espetáculo), João Denys Araújo Leite (diretor, pesquisador, ator e professor da UFPE) e a jornalista Mônica Silveira. Mediação: Andrêzza Alves.

Fonte: André Moretti-(moretti.moretti@gmail.com).