quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Espetáculo Espaçamento

Espetáculo Espaçamento inicia nesta sexta (11), primeira temporada de circulação nacional com apresentação no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR)


Fonte: ANA ROCHA / INTEGRA – 3227.2406/ 8743.0442. 

Espaçamento, espetáculo de dança dirigido pelo pesquisador, bailarino e coreógrafo pernambucano Claudio Lacerda com a proposta de fazer um cruzamento entre os  passos, gestos e movimentos dos bailarinos com construções arquitetônicas da vertente desconstrutivista que tem como palavras-chave deformação e deslocamento, tendo o espaço como o fator em comum, ultrapassa as fronteiras estaduais e ganha temporada de circulação nacional graças ao incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, com exibições nas cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brumadinho, em Minas Gerais.

A primeira parada para as apresentações será na cidade do Rio de Janeiro, onde o grupo formado por Claudio Lacerda e pelos bailarinos Juliana Siqueira e Jefferson Figueirêdo, se apresenta de sexta (11) a domingo (13), na sala 2.2 da Escola do Olhar, no Museu de Arte do Rio (MAR). Na sexta e sábado, a performance tem início às 17h; Já no domingo (13), acontece às 16h30. Depois de se apresentar na cidade maravilhosa, o elenco aterrisa na Bienal Internacional de Dança do Ceará, onde se apresenta nos dias 19 e 20/10, às 19h, no Espaço Mix, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC). De lá, seguem para Minas Gerais, onde fazem duas apresentações no dia 31/10, na Galeria do Centro de Cultura Nansen Araújo, no Sesi Minas, às 12h30 e outra às 16h. De 1 a 3 de novembro, ainda em Minas Gerais, a obra será exibida no Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico (Inhotim), na cidade de Brumadinho, sendo na sexta (1) e no sábado (2), às 15h; e no domingo (3) às 11h. Por fim, a circulação segue para a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde encerra os trabalhos com apresentações nos dias 9 e 10 de novembro, às 20h30, na Sala 209, na Usina do Gasômetro.     

O espetáculo com duração de 40 minutos é o resultado artístico da pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista, projeto que dá continuidade à trajetória de experimentação de Cláudio Lacerda/Dança Amorfa e que foi inspirado em obras arquitetônicas da vertente desconstrutivista, que traz uma linha de produção pós-moderna iniciada no fim dos anos 80, caracterizada pela fragmentação, pelo processo de desenho não linear, pelas formas não retilíneas. Todas essas referências são baseadas em projetos como o ousado Museu Guggenheim, em Bilbao, na Espanha, do arquiteto Frank Gehry; e o Centro de Ciência Phaeno, em Wofsburg, de Zara Hadid; além de influências do conceito filosófico de desconstrução de Jacques Derrida, que, entre outros conceitos, define que o espaço de tensão entre polaridades deve ser habitado. Espaçamento relaciona-se a pausa, branco, pontuação ao intervalo em geral. “São justamente esses espaços de pausa, branco, espaços de devir, de formação da significação que deram nome a obra”, sugere o diretor Claudio Lacerda.

Conceitos derrideanos como espaçamentorastro e centro faltante estimularam a pesquisa coreográfica, as relações que se estabeleceram entre dança, espaço cênico, bailarinos e som, e as relações entre as disciplinas envolvidas. O trabalho é feito através de forças ativadas pela deformação, deslocamento, corte, dissecação de formas, diferentes perspectivas, simultaneidades, dissociações, sincronicidades, colisão de partes, justaposição de descontinuidades, temporariedade e transitoriedade, camadas, curvas complexas e torcidas, linhas verticais e horizontais, isolamentos, inclinações, transformações. Em Espaçamento, o corpo é o lugar de trânsito dessas forças, irradiando no espaço. Na pesquisa, houve um entrelaçamento de áreas do conhecimento indo da teoria da desconstrução de Jacques Derrida passando pela arte minimalista, a arquitetura e os estudos da dança. Além disso,  o diretor buscou diálogos com consultores das áreas de Filosofia, Arquitetura, Artes Plásticas e Dança, que testemunharam e conversaram sobre o processo.

De acordo com Lacerda, o principal objetivo da obra não é transmitir uma mensagem, mas sim, jogar proposições ao público para que este faça seu próprio espetáculo em seus pensamentos. “Os nossos movimentos, nossa relação com o espaço e nossas relações interpessoais não falam de nada específico ou que seja lido de forma direta. Por isso, esses elementos propõem uma abertura para que cada espectador tenha uma relação própria para consigo mesmo e a partir daí ele possa construir seus significados, a partir de suas sensações”, comenta.

Espaçamento surgiu com um potencial enorme para dialogar com diversas propostas de espaço cênico – galerias de arte, espaços abertos, sítios históricos, teatros, etc. – e também para abarcar trilhas sonoras diferenciadas, além do próprio silêncio, nossa primeira versão. As trilhas sonoras diferem em cada apresentação e podem ser uma composição eletrônica, assinada por Thiago Fournier; trilha de Bach e ainda da subjetividade dos bailarinos (narrada em off). Cada apresentação é única em sua fruição e, por isso, o elenco convida o público a presenciar mais de uma, no mínimo, e sentir o espetáculo se fazer diferente a cada vez.


FICHA TÉCNICA
Concepção, Direção e Coreografia: Cláudio Lacerda
Bailarinos: Cláudio Lacerda, Jefferson Figueirêdo e Juliana Siqueira
Produção Executiva: Clarisse Fraga / Bureau de Cultura
Figurino: Paulinho Ricardo
Trilhas sonoras:
            Composição eletrônica: Thiago Fournier
            Edição de som - trilha Bach e trilha subjetividade dos bailarinos: João Vasconcelos
Fotografia: Val Lima
Direção e Edição de Vídeo: Val Lima
Consultores durante o projeto de pesquisa: Jonatas Ferreira, Gentil Porto Filho e Arnaldo Siqueira.
Design gráfico: Fernanda Lisboa

Incentivos recebidos ao longo das fases da Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista:
-   Projeto O Solo do Outro, Centro Apolo-Hermilo, Recife-PE, 2008
-   Prêmio Fomento às Artes Cênicas, Prefeitura do Recife, 2008
-  Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, 2009 (pesquisa e manutenção)
- Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura, 2010 (montagem)

A Trilogia também gerou o livro Pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista.

HISTÓRICO
Desde 1997 Cláudio Lacerda vem desenvolvendo um trabalho experimental de criação na área da dança contemporânea, explorando a ênfase no processo criativo, dando-lhe um cunho investigativo, buscando sua idiossincrasia neste meio. Este viés de trabalho se sedimentou após 2 anos de estudos no Laban Centre, Londres (97-99). Desde o início, estabeleceu como parâmetro artístico-ideológico e prioridade a experimentação, almejando a busca de um trabalho autoral, com uma preocupação tanto com o conceitual quanto com o artesanal, e distendendo limites divisórios entre dança, teatro e arte da performance. O mote principal de pesquisa são os desvios do que é considerado mainstream e a desconstrução em relação a identidade, corpo e movimento. A fascinação pelas deformações, desvios e degradação tem instigado suas criações. Longe de tratá-las como algo sombrio ou perverso, sua crença é de que neste local há a possibilidade de se encontrar o humano na contemporaneidade. “No subterrâneo jaz o real” (Foster).

CRIAÇÕES
O Diafragma Fecha, duo, 1999 / Deslocado, solo, 1999 / Dual, solo, 2000 / A Cidade no meu Corpo, solo, 2001 / Interferência Amorfa sobre Ponte da Boa Vista, grupo, site-specific, 2001
Deslocado-Relocado, solo, 2002 / Bolhas em Interface, grupo (criação para a Escambo Cia de Criação, Recife), 2005 / Vento Poeira Larva, solo, 2005 / Interregnum, duo, 2006 / Deserto Aresta, solo (criação para o projeto O Solo do Outro/Centro Apolo-Hermilo), 2008 / Des-com-po-si-ção (projeto de pesquisa, Prêmio Fomento à Produção das Artes Cênicas 2008 – Prefeitura do Recife), 2009 / Real/Duplo, solo, 2010 / Espaçamento, trio, 2011

ELENCO
Cláudio Lacerda. Bailarino, coreógrafo, professor e pesquisador. Professor do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE. Obteve o Professional Diploma in Dance Studies (1998) e o Independent Study Programme Certificate (1999) no Laban Centre for Movement and Dance, Londres, através da Bolsa Apartes/Capes. Integrou como bailarino a Companhia dos Homens (1992-7), Recife, e o Ground Effect Physical Theatre (1998-9), Londres. Iniciou seus estudos em dança contemporânea e teatro em Recife (1990) e sua formação em dança inclui aulas e workshops com diversos professores e artistas brasileiros e estrangeiros. Coreógrafo independente desde 1998. Autor de vários artigos e dos livrosRepresentações de Masculinidade na Dança e no Esporte: um olhar sobre Nijinsky e Jeux (2010) e Pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista (2011), ambos com incentivo do Funcultura/PE. Contribui com traduções e revisões para outros autores.

Jefferson FigueirêdoBailarino. Estudante do curso de Licenciatura em Dança pela UFPE. Iniciou seus estudos em dança através da dança popular, mais especificamente o frevo, na Escola de Frevo do Recife. Interessando-se posteriormente pelo ballet clássico, estudou no Stúdio de Danças e na Academia Fátima Freitas (ambos no Recife), nesta iniciando sua atuação em dança contemporânea. Ex-bailarino da Escola de Frevo do Recife, da Cia. de dança Artefolia e da Trupp Cia. de Dança. Atualmente, integra o elenco da Companhia dos Homens, além de realizar diversos trabalhos como bailarino independente.

Juliana SiqueiraBailarina e professora. Possui Licenciatura Plena em Educação Física e Pós-graduação em Ensino da Dança, ambas pela ESEF–UPE. Tem formação em Dança Clássica pelo Stúdio de Danças, Recife, com passagem pelo Centro de Dança do Porto – Portugal. Fez parte também da escola do Balé Popular do Recife. Atuou na Icógnum Cia de Dança e na Unione Cia de Dança. Atualmente, integra a Trupp Cia de Dança e continua atuando em algumas produções do Stúdio de Danças e do Ballet da Cidade do Recife, além de realizar trabalhos como bailarina independente. Professora do Colégio Damas e da Faculdade Boa Viagem. Professora substituta e ensaiadora do grupo avançado do Stúdio de Danças.


GRADE DAS APRESENTAÇÕES:

data
dia
hora
espaço
Contatos
11/10
Sexta
17h
MAR – Museu de Arte do Rio - Sala 2.2 da Escola do Olhar
Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro/RJ
(21) 3031 2741
12/10
Sábado
17h
13/10
Domingo
16h30
19/10
Sábado
18h
Bienal Internacional de Dança do Ceará - Estação Dragão do Mar: Espaço Mix
Espaço Mix - 
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – CDMAC.Rua Dragao do Mar, 81 – Praia de Iracema, Fortaleza/CE
20/10
Domingo
18h
31/10
Quinta
12h30
Galeria do Centro de Cultura Nansen Araújo
SESI MINAS
Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, Belo Horizonte/MG
Fone: (31) 3241.7186 / 7181
16h
01/11
Sexta
15h
Inhotim
Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico
Rua B, 20, Brumadinho, MG, CEP: 35460-000
Fone: (31) 3571.9700info@inhotim.org.br
02/11
Sábado
15h
03/11
Domingo
11h
09/11
Sábado
20h30
Usina do Gasômetro
Sala 209 – Usina das Artes – Eduardo Severino Cia. de Dança
Av. Pres. João Goulart, 551 - Centro, Porto Alegre – RS.
Fone: (51) 3289.8100

10/11
Domingo
20h30

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