sábado, 4 de agosto de 2012

Vestígios revisita pesadelos do passado, em temporada no Teatro Barreto Júnior‏



Vestígios revisita pesadelos do passado, em temporada no Teatro Barreto Júnior

Espetáculo estreia no próximo dia 11 e segue em cartaz até o fim de setembro

O que você sabe sobre tortura? Que tipos de torturas você conhece? Dirigidos por Antonio Cadengue, os atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão mergulham neste universo de dor, conflitos e pesadelos no espetáculo Vestígios, que estreia no próximo dia 11, no Teatro Barreto Júnior. Com texto de Aimar Labaki, a montagem fica em cartaz até o final de setembro, com apresentações aos sábados e domingos, às 20h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Este projeto é patrocinado pelo FUNCULTURA/2011/12, do Governo do Estado de Pernambuco.

Com uma temática extremamente atual no País, tendo em vista as discussões em torno de assuntos como a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação, Vestígios une um texto forte a um trabalho ousado de interpretação por trás de passagens marcadas por violência tanto física quanto psicológica. No enredo, apenas três personagens: dois policiais, na função de investigadores e torturadores, vividos por Carlos Lira e Marcelino Dias; e um professor universitário de história – o torturado, interpretado por Roberto Brandão. Toda a peça é permeada por um clima de suspense, a partir de uma narrativa clara e questionadora que reserva revelações perturbadoras para o final do espetáculo.

Vestígios é uma peça que trata do rescaldo, do resíduo dos tempos de autoritarismo mais recentes pelo que o Brasil passou, entre os anos de 1964 e 1985, embora o País também tenha passado por outros momentos graves como no Estado Novo, por exemplo. Não é a ditadura que está em questão, mas os erros do passado que vêm à tona para que tragam lições para o presente e o futuro. A proposta não é deixar o público atordoado, mas mexer com a memória das pessoas falando do hoje, do ontem e do amanhã de uma forma intensa”, explica Cadengue.

         Desde fevereiro, o elenco esteve imerso em uma profunda pesquisa que incluiu diversas leituras do texto de Aimar Labaki e de noticiários de várias épocas, tanto do período da ditadura, quanto das décadas seguintes, já que a trama se passa no final da década de 1990; além de sessões de filmes como Terra em transe, de Glauber Rocha; Salò, de Pier Paolo Pasolini; e A história oficial, do argentino Luis Puenzo. A partir da direção de movimento do bailarino e coreógrafo Paulo Henrique, os atores construíram uma linguagem corporal impactante que dá ritmo ao espetáculo.

Módulos espelhados projetados pela cenógrafa carioca Doris Rollemberg, compõem a cenografia dos três planos de ação de Vestígios, enquanto diferentes sons e ruídos em harmonia contribuem para dar o clima de suspense pela trilha sonora criada especialmente para o espetáculo, pelo compositor paraibano Eli-Eri Moura. Por fim, figurinos sóbrios de Anibal Santiago permitem aos atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão vestirem seus personagens.

Esta é a primeira vez que Cadengue trabalha com um texto de Labaki, com quem organizou o livro A esfinge investigada, sobre a obra de Nelson Rodrigues, em 2007. Vestígios marca também o retorno da parceria entre o diretor e Carlos Lira, já que o último trabalho que fizeram juntos foi a peça O burguês fidalgo, de Molière, que ficou em temporada no Teatro de Santa Isabel, em 1988.

O dramaturgo e diretor Roberto Alvim pediu que Vestígios fosse escrita para um projeto de nova dramaturgia encabeçado por ele no Teatro Ziembinski, no Rio de Janeiro, em 2005. Texto sobre a tortura, a peça trata da transição lenta, gradual e interminável da ditadura para a democracia que, segundo Labaki, de certa forma, ainda está em curso. Para o autor, embora seja um texto sobre a tortura, “é também um texto sobre o lugar que a violência ocupa no nosso pacto social”. Cadengue arremata esta questão finalizando: “Escolhemos enfrentar esse passado não para apagá-lo, mas para nos reconciliarmos com ele e sairmos todos redimidos”. O corpo esquece. A cabeça, essa não esquece, diz um dos personagens.


CARLOS LIRA
Apresenta
 
VESTÍGIOS

Ficha Técnica

Elenco CARLOS LIRA – Cardoso
MARCELINO DIAS – Marcos
ROBERTO BRANDÃO – Marcelo

Texto: AIMAR LABAKI
Direção: ANTONIO CADENGUE
Assistência de Direção: RUDIMAR CONSTÂNCIO
Cenografia: DORIS ROLLEMBERG
Figurinos: ANIBAL SANTIAGO
Trilha Sonora Original: ELI-ERI MOURA
Iluminação: 
Direção de Movimentos e Preparação Corporal: PAULO HENRIQUE FERREIRA
Preparação Vocal: FLÁVIA LAYME
Programação Visual: CLAUDIO LIRA 
Cenotécnica: MARC AUBERT
Assistência de Cenotécnica: KLEBER MACEDO, RAFAEL FIRMINO E FÁBIO FONSECA
Operação de Som: MARINHO FALCÃO
Operação de Luz:
Assessoria de Imprensa: MARINA ANDRADE
Fotografias:
Assistente de Produção/Contrarregragem: ELIAS VILAR
Projeto patrocinado pelo FUNCULTURA/2011/12.
Produção Geral: CARLOS LIRA

Mais informações para a imprensa:
Marina Andrade - 8802.5074/ marinacorreia20@gmail.com

Fonte: Espetáculo Vestígios (espetaculovestigios@gmail.com)

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