sexta-feira, 16 de março de 2012

Peça Hécuba é encenada no Teatro de Santa Isabel



A história de Hécuba, tragédia grega escrita por Eurípedes em 424 a.C., se desenvolve após a Guerra de Troia e mostra o sofrimento de uma rainha. Depois de tantos anos, a obra permite leituras que a fazem permanecer atual. "Fico sempre pensando em quantas Hécubas não existem, por exemplo, no Iraque e Afeganistão, para citar duas guerras mais famosas, quando a gente sabe que os verdadeiros motivos (para a guerra) não são aqueles que falaram", afirma a atriz Walderez de Barros. Ela interpreta a personagem na peça dirigida pelo mineiro Gabriel Villela. Hécuba é encenada desta sexta-feira (16/3) até domingo (18/3), no Teatro de Santa Isabel. Neste sábado (17/3), às 17h, também acontece no local um debate do programa Vivo EnCena, com o tema O Trágico na Contemporaneidade e a participação de pessoas como os atores Claudio Fontana e Xuxa Lopes e o jornalista Dib Carneiro Neto.
"Eurípedes mostra Hécuba, que foi rainha de Troia, um país riquíssimo. Troia é destruída e ela perde não só a coroa. Se torna escrava, perde a identidade, deixa de ser um ser social", explica a atriz.
Ressaltando que estamos lidando com um mito, ela continua: "Por isso é que uma peça escrita séculos antes de Cristo ainda interessa, porque você está lidando com arquétipos. O mito diz que Hécuba, casada com o rei de Troia, teve 50 filhos. Eles perderam todos os filhos, além de uma que ela vai perder e outro que tinha mandado para um país vizinho. O mito diz que depois do episódio ela se transforma em uma cadela de olhos flamejantes, ou seja, passa a agir por instinto, como animal".
"Outro ponto importante da peça é o limite entre justiça e vingança pessoal", avalia Walderez, que também já fez as tragédias Medeia (1997) e Electra(1987).
"O que nos interessa em qualquer texto é você preservar a história que está sendo contada e o pensamento do autor. O Gabriel foi muito feliz nisto, porque a história está lá e e o pensamento de Eurípedes está lá. Eurípedes, não só emHécuba mas em outras tragédias, sempre foi contra a guerra”, comenta a atriz.
A matéria completa está no Caderno C desta sexta-feira (16/3), no Jornal do Commercio.

SERVIÇOS

Hécuba, no Teatro de Santa Isabel: sexta-feira (16/3) e sábado (17/3), às 21h, e domingo (18/3), às 20h. Plateia e frisa: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (frisa). Camarotes: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Praça da República, s/n, Santo Antônio. Informações: 3355-3323

Fonte: Jornal do Commercio on line

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