sábado, 31 de março de 2012

Compassos Cia de Danças leva obra de Hermilo Borba Filho ao interior de Pernambuco



Circulação do espetáculo “Sobre um paroquiano”, um olhar dançado sobre a obra “Um paroquiano inevitável”, de Hermilo Borba Filho, começa neste sábado (31) pelo município de Lagoa do Carro e passará por várias cidades ao longo do ano, incluindo Olinda e Recife

            A aproximação da Compassos Cia de Dança com a obra de Hermilo Borba Filho é antiga. Foi em 2007 que o espetáculo estreou, ainda chamado de “Um paroquiano inevitável”, ganhou vida, refez passos, agregou novos artistas e agora renasce em um novo percurso. “Sobre um paroquiano” teve sua circulação aprovada pelo Funcultura e começa sua caminhada pelos palcos do interior pernambucano pelo município de Lagoa do Carro, neste sábado (31), às 20h, no Clube Nacional, dentro da programação do Pernambuco Nação Cultural. Depois seguirá para Olinda (na Casa da Rabeca) e Aliança, ambas em maio, e no mesmo mês inicia temporada de seis apresentações no Teatro Arraial, no Recife. Até o final do ano chegará ainda até Lajedo, Cachoeirinha, Calçado, Vila Pau Ferro (distrito de Lajedo), Iguaraci, Ingazeira e Tuparetama. Após cada apresentação há debate aberto com o público sobre o processo de criação e também oficinas serão realizadas para troca de conhecimentos com os moradores de cada município envolvido.
“Mudamos o título pelo entendimento de que o espetáculo mostra aquilo que a companhia entende por Hermilo e sua obra e não uma transposição direta do texto de Borba Filho para a expressão dançada. Nesta versão, com 50 minutos de duração divididos em “três almoços”, o espetáculo acontece com o texto mais presente na boca dos atores-bailarinos e um amadurecimento do elenco”, destaca Raimundo Branco, que assina a direção e coreografia.
No elenco estão Patrícia Costa, Gervásio Braz, Priscilla Figueiroa, Fábio Costa e Marcela Felipe. Os bailarinos/atores, dançam/interpretam os conflitos de uma família pequeno-burguesa. As relações são marcadas por desentendimentos. O núcleo é formado por Mãe, Pai e os filhos Poeta, Atleta, Noivo. E a Noiva. Outro personagem central é Enéas (que chega para “salvar” a família).
A movimentação é baseada em ações cotidianas e comportamentos habituais dentro de uma casa, como sentar, deitar, andar, arrumar os ambientes, ir ao banheiro, estar num quarto, lavar as mãos e varrer a casa, aliados a técnicas de dança contemporânea e capoeira. Dessas ações aparentemente corriqueiras, varrer a casa ganha uma dimensão especial, pois, além de ser utilizada como um determinante para ações coreográficas, ainda interfere nos corpos dos bailarinos com uma sonoridade que ambienta o espetáculo.  A preparação e conscientização técnica do elenco estão sob a responsabilidade de Carlos Ferreira (voz e movimento), Luiz Roberto (clássico),  Fábio Costa (capoeira) e Raimundo Branco (Dança).
A concepção e confecção de figurinos são assinadas por Júlia Fontes e Suzi Queiroz, que fizeram um resgate das roupas entre as décadas de 30 e 60, do século passado. A iluminação, concebida por Eron Villar, traz para a cena a proposta de envelhecer o local, através da sobreposição de cores, como amarelo e verde e, em determinados momentos, é fundamental o jogo criado entre luz e sombras. A trilha sonora é composta em sua maioria por composições utilizadas no cinema e foi selecionada por Raimundo Branco, que também assina a cenografia.Aliás, o cenário está ligado ativamente à escrita e aos desenhos dançados. Em particular a mesa ao redor da qual acontece o desenrolar das relações tem papel fundamental na obra reescrita.
“Além da influência da dramaturgia Hermiliana, buscamos referências nos quadrinhos de Neil Gaiman, a partir da “família dos sete perpétuos”, constituída pelos personagens Desespero, Delírio, Morte, Destino, Sonho, Desejo e Destruição. Lars Von Trier também foi uma inspiração com os filmes Dogville, e Dançando no Escuro. O cinema e seus bastidores são uma grande referência na pesquisa da realização de um “cinema ao vivo”, como chamamos os espetáculos de dança e teatro criados a partir do estudo da linguagem cinematográfica”, diz Raimundo Branco.
O espetáculo foi criado para um palco em arena ou semiarena, por esta razão, todos os ângulos foram coreografados procurando explorar os possíveis focos de uma câmera de cinema. Com a intenção de oferecer ao espectador o direito de escolher o que deseja ver/assistir.

FICHA TÉCNICA:

BAILARINOS:
                   Patrícia Costa,
                   Gervasio Braz,
                   Priscilla Figueiroa
                   Fabio Costa,
                   Marcela Felipe

Bailarina estagiária e sonoplasta:
                   Ana Carolina

Iluminador:         
                    Eron Villar

Assistentes e bailarinos estagiários:
Adriana Ayub
Anderson Monteiro

Direção e produção:
                     Raimundo Branco


CONTATOS:

Raimundo Branco
Compassos Cia. de Danças
 81-4101.1640 / 9212.9791

Fonte: Compassos Cia de Danças- Silvinha Góes.

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