quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Segunda Pele traz novidades ao final de semana da Casa Mecane Espetáculo SEGUNDA PELE, do Coletivo Lugar Comum, segue em cartaz na Casa Mecane com novas interferências cênicas e surpresas para o público







“Na passarela da vida, o que veste o espaço além do corpo?
Que sons nascem do movimento das peles sobre um ser dançante?
Que desenhos a vestimenta imprime no ambiente
compartilhado entre a presença e o ar?
Plástico, elástico, arame, vidro, velcro, poliestireno celular rígido,
como a nossa pele, o nosso corpo e o outro reagem ao contato?
A memória também é uma roupa que usamos?
Tecido, costura, cor, vento, textura, raízes, asas,
o que tudo isso provoca da superfície ao avesso?”

(trechos do texto Segunda Pele, de Silvia Góes)


            O espetáculo SEGUNDA PELE, do Coletivo Lugar Comum, ganha novas provocações neste final de semana. A montagem, que estreou no último dia 02 de novembro, será apresentada nesta sexta (16), sábado (17) e domingo (18) com interferências inéditas na cena e surpresas para o público logo na entrada. A equipe produziu displays que estão colocados no espaço de exposições, no primeiro andar, com propostas para que os espectadores possam sentir-se na pele das bailarinas através de uma brincadeira imagética-fotográfica. Para a ação o Coletivo conta com a parceria da fotógrafa Juliana Brainer. Todas as sessões começam às 20h.
“Com que roupa?” A pergunta permeia as histórias pessoais e também os caminhos trilhados pela humanidade. Aquilo que usamos sobre o corpo, o que nos adorna ou o que vestimos, também traz em si as informações culturais, sociais, políticas, as reivindicações, prisões e liberdades, a identidade de um povo, de uma época ou de um homem, de uma criança, de uma mulher. É essa reflexão que o pernambucano Coletivo Lugar Comum leva para cena com o espetáculo SEGUNDA PELE, projeto incentivado pelo FUNCULTURA, em temporada na Casa Mecane, sempre às 20h, durante as sextas, sábados e domingos de novembro, até o dia 25. A idade mínima é de 16 anos.
            Para a montagem de SEGUNDA PELE, a partir da releitura de materiais que têm relação com o significado da moda, das respostas corporais e sensações provocadas no contato, as bailarinas Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz foram despertando as vontades e reações que se transformaram na expressão da dança em seus corpos. O estudo do figurino, onde tudo começou, teve a participação dos estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade SENAC Pernambuco, promovendo a convivência prática de novos pesquisadores de artes com as etapas do processo de montagem. Foi com o mesmo intuito que a equipe também contou com a participação dos alunos do Curso de Licenciatura em Dança da UFPE.
O artista, ambientalista e arquiteto Hundertwasser foi quem relacionou o termo “segunda pele” ao vestuário do sujeito. Em sua teoria sobre as “cinco peles” ele define a segunda pele como o passaporte social, relacionando o vestuário com a afirmação do indivíduo em sociedade. Nesse contexto o artista criticou a uniformidade, a simetria e a tirania da moda imposta pela sociedade e passou a estimular o prazer de usar uma segunda pele criativa, original, diferente dos outros, criando suas próprias vestimentas. Essa inspiração esteve presente ao longo de todo o desenvolvimento da nova montagem.
A roupa, elemento efêmero que pode ser reformulado, customizado, ressignificado em cena, assim como a própria identidade, é construída e reconstruída a cada momento. Por isso, a imprevisibilidade e a improvisação são alguns dos elementos utilizados no processo de criação. Em SEGUNDA PELE as perguntas e as respostas ganham novos olhares.
Coletivo Lugar Comum - Lugar comum, segundo o escritor Edouard Glissant, é quando um “pensamento do mundo” encontra outro “pensamento do mundo”, criando um espaço de reforço a uma compreensão que é assim ratificada. Para ele, é através da identificação dos novos “lugares comuns”, daqueles que emergem conectados a uma realidade multiétnica, plurivocal, não etnocêntrica, que é possível construir novos parâmetros para a arte e para a vida na contemporaneidade.
Foi a possibilidade de promover um espaço para o encontro de pensamentos que estimulou o surgimento do Coletivo Lugar Comum, em 2007, na cidade do Recife. E hoje reúne artistas das áreas de performance, dança, música e literatura, além de pesquisadores e técnicos envolvidos com criação artística, com 13 integrantes: Conrado Falbo, Cyro Morais, Juliana Beltrão, Liana Gesteira, Luciana Raposo, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figueiroa, Renata Muniz, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia Laraia.
Desde o seu surgimento o Coletivo atua desenvolvendo diferentes ações artísticas. Em 2009, promoveu o projeto Conexões Criativas, um encontro que reuniu coletivos de outros estados do país em uma programação de mostra de espetáculos e debates durante uma semana. Em 2011, o Coletivo participou do Palco Giratório, com a circulação do espetáculo Leve por 33 cidades do Brasil. Desde 2011 promove a apresentação da Noite de Solos Corpos Compartilhados, reunindo quatro performances: Pé de Saudade, Valsa-me, OSSevaO e Topografias do Feminino. Em 2012 participou do projeto Modos de Existir, um encontro de coletivos do Brasil realizado pelo SESC de São Paulo. E desde 2011 realiza JAMs Sessions de dança e música em Recife.

SERVIÇO:
SEGUNDA PELE
Onde: Casa Mecane
            Av. Visconde de Suassuna, 338, Boa Vista, Recife/PE
            Telefone: 3038.0543
Quando: 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro
Horário: 20h
Quanto: R$ 15,00 e R$ 7,00 (meia com desconto)

Ficha Técnica

Concepção, criação e coreografia: Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Dançarinas: Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Concepção e criação de figurino: Juliana Beltrão, Maria Agrelli e Maria Ribeiro
Execução de figurino: Xuxu
Colaboração na execução de figurino: Ilka Muniz e Maria Lima
Dramaturgia: Marcelo Sena
Trilha sonora original: Rua (Caio Lima e Hugo Medeiros) + convidados (Cyro Morais e Paulo Arruda)
Criação e execução de iluminação: Luciana Raposo
Operação de Luz: Luciana Raposo e Rodrigo Oliveira 
Criação e execução de cenografia: Luciana Costa Mendes
Assistente de cenografia: Wellington Mendes Junior
Cenotécnico: Almir Negreiros
Preparação corporal: Luiz Roberto
Colaboração poética: Silvia Góes
Produção de criação: Maria Agrelli
Produção da temporada: Hudson Wlamir
Produção geral: Comum de 3 produções artísticas
Design gráfico: Thiago Liberdade
Assessoria de Imprensa : Íntegra Comunicação
Fotos: Breno César e Ju Brainer
Colaboração artística: Coletivo Lugar Comum (Conrado Falbo, Cyro Morais, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figuerôa, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia Laraia)
Realização: Coletivo Lugar Comum
Fonte: Coletivo Lugar Comum/Silvinha Góes.

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